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AVC: o que você precisa saber

Produ��o e edi��o: Elaine de Souza, ACI-Famesp - 13/11/2020

[Crédito da Imagem: Rede Brasil AVC]

De acordo com a Rede Brasil AVC, o Acidente Vascular Cerebral (AVC) é a segunda causa de morte no mundo e a primeira causa de incapacidade e pode acontecer com qualquer um, em qualquer idade, afetando a todos: pacientes, familiares e amigos. O AVC pode ser definido como o surgimento de um déficit neurológico súbito causado por um problema nos vasos sanguíneos do sistema nervoso central. Classicamente o AVC é dividido em 2 subtipos: o isquêmico e o hemorrágico. 

No dia 29 de agosto de 2020 aconteceu com a designer Fabiana Yumi Fugushima Leonardi Cabreira, 40, numa forma grave de AVC isquêmico. Também conhecido por derrame ou isquemia cerebral, esse tipo de AVC é causado pela falta de sangue em uma área do cérebro por conta da obstrução de uma artéria e quando não mata, o AVCI deixa sequelas que podem ser leves e passageiras ou graves e incapacitantes. Na ocasião, Fabiana ficou internada durante uma semana no Hospital de Base de Bauru (HBB), unidade estadual de saúde sob gestão da Famesp que é referência na área. Os familiares de Fabiana chamaram o Samu e a levaram para o Hospital de Base, que logo adotou o protocolo AVC diante dos sinais que ela apresentava: o lado esquerdo do corpo paralisado e dificuldade na fala. 

O Código AVC foi implantado em Bauru em abril de 2017 por meio de protocolo estabelecido pelo município e o Departamento Regional de Saúde (DRS-6), que passou para o Samu a regulação do acesso de pacientes ao Hospital de Base de Bauru. Em 2019, o protocolo reduziu pela metade o tempo de internação dos pacientes vítimas de acidente vascular cerebral, de 12 para 6,27 dias de internação. Desde janeiro de 2018, o Hospital de Base de Bauru já internou 1.580 pacientes com diagnóstico de AVC. Entre esses pacientes, 279 foram trombolisados, ou seja, receberam medicação trombolítica. Isso acontece nos casos em que o paciente tem diagnóstico de AVC isquêmico e chega em até quatro horas e meia do início dos sintomas no hospital, sendo rapidamente atendido. Ele recebe a medicação na veia com o objetivo de ‘afinar’ o sangue e desobstruir o vaso no cérebro, aumentando em 30% a chance do paciente ficar sem sequelas daquele AVC. Foi justamente o que aconteceu com a designer Fabiana, cujo relato nas redes sociais chamou a atenção de centenas de pessoas.

Por sua performance no atendimento a pacientes com AVC no primeiro trimestre de 2020, a equipe do Hospital de Base de Bauru recebeu recentemente o status ‘Diamante’ no programa ESO Angels Awards, que reconhece unidades que atinjam níveis de qualidade e performance clínica na abordagem do AVC agudo, de acordo com indicadores pré-estabelecidos pela Angels Initiative e avaliados por meio de um registro contínuo dos atendimentos.Esse foi o terceiro status que a unidade hospitalar recebeu.

Números 
A prevenção pode evitar 90% dos casos e o reconhecimento dos sinais de alerta do AVC e o rápido tratamento de urgência em um centro de AVC diminuem a chance de sequelas. A cada ano, 13,7 milhões de pessoas tem um AVC no mundo, 5,5 milhões morrem. Atualmente existem 80 milhões de sobreviventes de AVC. Com foco na prevenção do AVC, a campanha de 2020 “Don’t be the One” (“Não Deixe que Seja Você”) visa aumentar a conscientização sobre o risco individual de AVC e municiar ao máximo as pessoas com informações e ferramentas de prevenção que podem salvar vidas. O foco da campanha deste ano é a atividade física, que tem um grande impacto na redução do risco de AVC. O sedentarismo representa 36% de risco para o AVC e a realização de atividades físicas, idealmente 30 minutos por dia, cinco vezes por semana, reduz o risco de acidente vascular. As ações da campanha podem ser acompanhadas no portal Rede Brasil AVC.

Principais critérios que o HBB e sua equipe atenderam para manter o status de Diamante
- A pactuação com o SAMU na agilidade em trazer o paciente até o HBB;
- Ter uma unidade voltada especificamente para os cuidados ao AVC;
- O empenho da equipe multiprofissional (terapeuta ocupacional, fonoaudiologia, enfermagem, fisioterapia, nutrição, serviço social);
- A disponibilização da Alteplase (medicação utilizada na trombólise);
- Ter um serviço de imagem (Tomografia);
- Acompanhar o paciente no ambulatório para continuidade no tratamento com anticoagulação e antiplaquetário, quando indicados.

Como identificar o AVC
Há uma regra mnemônica para identificar os sinais e sintomas do AVC: SAMU.
O “S” de sorria (peça para a pessoa sorrir e observe se há boca torta), “A” de abrace (peça para a pessoa erguer os dois braços e observe se há fraqueza de um lado), “M” de música (peça para a pessoa cantar uma música ou falar uma frase e veja se há dificuldade) e “U” de urgente (ligue para o SAMU 192 ou para o serviço de urgência do seu convênio).   

Entenda a diferença de cada AVC

AVC Isquêmico: Ocorre pela obstrução ou redução brusca do fluxo sanguíneo em uma artéria cerebral causando falta de circulação no seu território vascular.

AVC Hemorrágico: O acidente vascular cerebral hemorrágico é causado pela ruptura espontânea (não traumática) de um vaso, com extravazamento de sangue para o interior do cérebro (hemorragia intracerebral), para o sistema ventricular (hemorragia intraventricular) e/ou espaço subaracnóideo (hemorragia subaracnóide).

Fatores de risco


Dicas e pontos importantes

  • Diminua a quantidade de gordura na sua dieta.
  • Adotar uma dieta saudável melhora a sua forma física e diminue o risco para doenças vasculares (derrame, infarto).
  • Parar de fumar diminui ainda mais o risco e é imediatamente eficaz.
  • Exercícios físicos regulares melhoram a circulação e ajudam a diminuir os outros fatores de risco para AVC.
  • Se você tem pressão alta, faça um grande esforço para tomar os seus remédios conforme orientado pelo médico, mesmo que você não tenha sintomas.
  • Se você tem diabetes, preste bastante atenção na sua dieta e tome os seus remédios adequadamente para manter o nível de glicose no sangue dentro do normal.
  • Se você possui qualquer fator de risco citado neste texto, consulte o seu médico.
  • Quanto maior o número de fatores de risco acumulados, mais elevada é a probabilidade de ter um AVC.
  • Prevenir o AVC é muito mais fácil do que tratá-lo depois que ele acontecer!
    (Fonte: http://www.redebrasilavc.org.br/)

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    Atenção: Essas orientações não substituem uma consulta com profissional da saúde. Se você apresenta algum dos sintomas aqui descritos, procure o seu médico e informe-se sobre os cuidados necessários.